Saudações
ecológicas!
Espero que todos
estejam bem e cumprindo as regras do isolamento social que, embora afetem
nossas relações sociais, são fundamentalmente necessárias para o combate ao
COVID-19.
Vocês já estão
saturados de notícias sobre o Coronavírus. Vamos agregar informações sobre outras áreas do conhecimento?
O artigo abaixo
foi extraído do portal Olhar Digital (https://olhardigital.com.br/)
e aborda os desafios da reciclagem dos resíduos de equipamentos elétricos e
eletrônicos em todo o globo.
Vamos a ele?
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Como o mundo enfrente o desafio de reciclar o lixo eletrônico
Por: Roseli Andrion em 16 de maio de 2020
Essa é uma história que precisa ser contada a partir de
vários lugares diferentes. Escolhemos 4, que representam diferentes estágios do
problema e também das soluções.
A nossa primeira parada é no continente africano. Aqui,
o gigantesco problema do lixo está sendo ainda mais agravado pela chegada do
lixo eletrônico. E aqui é importante entender que esse lixo não é somente de
smartphones ou computadores que perderam uso. Na África de hoje, até a energia
solar virou um problema. Acontece que muitas casas receberam placas
fotovoltaicas nos últimos tempos para gerar energia elétrica para populações
carentes. Aí, essas placas se somaram aos celulares descartados irregularmente
e às baterias, usadas para armazenar energia. O resultado? Uma explosão de lixo
eletrônico ou ligado a produtos eletrônicos.
Segunda parada, Ásia. Mais especificamente, Japão.
Aqui, num dos países mais modernos e conectados do planeta, o consumo de
produtos eletrônicos é gigantesco. O país sempre aparece como o segundo ou
terceiro maior mercado para esse tipo de produto em escala global. Mas, se os
números de compra estão muito distantes da realidade africana, mais profunda
ainda é a diferença quando o assunto é reciclagem. Por aqui, o descarte
consciente desse tipo de produto está acima de 90%.
Na nossa terceira parada, um ambiente misto. A Europa
apresenta uma mistura de realidades. Desde os países nórdicos, com seus
altíssimos índices de reciclagem e descarte organizado, passando pela Alemanha,
que participa do mesmo time, até chegar aos países mais pobres do sul, como a
Grécia, em que a realidade é bastante diferente e - dá até para dizer - mais
parecida com a de países emergentes.
Quarta parada, onde tudo começou. Boa parte da
indústria de eletrônicos e, principalmente a indústria digital, nasceu por
aqui, nos domínios do Tio Sam. Mas, isso não significa que eles tenham
encontrado a solução para quando os aparelhos envelhecem. Aliás, um dos
problemas por aqui é que faltam plantas de reciclagem. Apesar do país ter
descarte consciente da maior parte do seu lixo eletrônico, boa parte dele
precisa ser enviado para a China para a reciclagem. O custo de fazer isso por
aqui não compensa. E um dos problemas atuais é que as relações entre chineses e
norte-americanos estão estremecidas e um dos setores que já sentiu os efeitos
da rusga é justamente o da reciclagem. Os chineses estão aumentando preços e
até se recusando a receber os rejeitos gerados pelos norte-americanos. Uma
situação que pode ter consequências sérias no médio e longo prazos.
Última parada: Brasil! O nosso país é um dos maiores
consumidores mundiais de eletrônicos. Nem tanto porque haja tanto dinheiro aqui
para consumo, mas as dimensões e o tamanho da população por si sós já garantem
essa posição. Historicamente, o Brasil está sempre entre os 10 maiores mercados
de consumo do planeta. Só que, no que diz respeito ao descarte e à reciclagem
do lixo eletrônicos, nós temos vários problemas.
O primeiro tem a ver com o problema dos
norte-americanos: não temos muitas indústrias capazes de reaproveitar os
materiais retirados dos aparelhos: precisamos mandar boa parte para a China e
outros países.
Depois, tem o problema cultural. Alex Pereira é
presidente de uma cooperativa que dedica ao trabalho de reciclar lixo
eletrônico. E ele entra nesse nosso panorama com uma mensagem positiva. Se as coisas melhoraram, uma parte do crédito precisa
ir para a lei que trata do assunto. Mantendo a nossa tradição, somos bons para
escrever leis. O problema é na hora de aplica-las...
Uma das melhores maneiras para transformar uma lei em
um hábito é justamente levar informação para todo mundo que é afetado por ela.
A cooperativa do Alex fica em São Paulo e tanto recebe quanto recolhe qualquer
tipo de aparelho eletrônicos ou elétrico. Infelizmente, não existem tantas
outras instituições como essa espalhadas por aí. A boa notícia é que, nesse
caso, a lei pode e deve ser usada em nosso favor. Acontece que os fabricantes
são obrigados a ajudar os consumidores a fazer o descarte correto de seus
eletrônicos e eletrodomésticos. E não importa o tamanho: vale tanto para o
celular quanto para a geladeira.
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