Cada vez mais cresce a pressão para que as empresas sejam
sustentáveis. No entanto, a maioria delas sequer possui
profissionais com foco em questões voltadas a sustentabilidade e
gestão em meio-ambiente. Lacuna que abre portas às equipes
de tecnologia da informação (TI), as quais têm excelente chance
de tomar proveito do que já sabem sobre TI Verde.
Ou sejam, estão na frente de outros profissionais
por deterem mais conhecimentos sobre sustentabilidade e liderar esse
processo nas organizações. Agora, por que TI deve assumir esse papel? A
primeira razão é o fato de a tecnologia estar presente em todas as áreas da
organização.
Segundo, as principais medidas para economizar energia
elétrica e cortar custos e que contribuem para o
meio-ambiente vêm de ações da área de TI. O problema está em como obter
conhecimento para liderar a área. “Não existe ainda um currículo padrão para as
melhores práticas de TI Verde", diz o vice-presidente da consultoria
inglesa Datamonitor Group e um dos fundadores da consultoria verde SIG411 LLC,
Adrian Bowles.
Isso significa que os profissionais precisam aprender sozinhos ao mesmo
tempo em que são cobrados para entregar resultados "verdes". A
reportagem do Computerworld nos Estados Unidos ouviu diversos líderes de TI e
identificou cinco conjunto de ações bastante valiosas, que podem
ajudar as empresas a torná-las mais sustentáveis. Confira abaixo:
1.
Crie ambientes que tornem viável projetos com foco em
sustentabilidade
Organizações de todos os tipos e tamanhos estão tentando criar ambientes
de trabalho mais sustentáveis. Algumas até vêm buscando a liderança na
área com certificados oficiais que atestem essa condição. Para tanto, os
profissionais de TI são chamados a criar soluções.
“Não é algo que costumamos fazer na condição de profissionais de
tecnologia” diz o vice-presidente global de Energia e Utilites da IBM, Brad
Gammons. Os profissionais de TI vão ter que pensar em como suas decisões causam
impacto no projeto de sustentabilidade e, consequentemente, na forma
em que as instalações da empresa afetam a infraestrutura tecnológica.
"O impacto é grande nos tipos de dispostivios usados, no local onde
as pessoas serão alocadas, assim como nos espaços de trabalho que são
desenhados, entre outras questões", explica Gammon. O departamento de
tecnologia também precisa entender melhor as infraestruturas complexas usadas
para a manutenção de prédios inteligentes.
Tecnologia cuida dos espaços físicos, sistemas de segurança, controle de
acesso e, em alguns casos, até mesmo dos sistemas de aquecimento e ar
condicionado. “Nos velhos tempos, o gerenciamento de sistemas de edificações
funcionavam como ilhas. Hoje, tudo se integrou no departamento de TI”, afirma o
vice-presidente global de energia e sustentabilidade da Johnson Controls, Clay
Nesler. A empresa é fornecedora de soluções de energia para edifícios.
De acordo com Nesler, os técnicos de TI devem entender as métricas e os
sistemas de monitoramento que estão por trás dos edifícios sustentáveis e
entender, com clareza, que eles possuem requisitos diferentes de outros
sistemas relacionados aos computadores. “Você não pode resetar um ar
condicionado da mesma forma que faz com um servidor", diz. "Há
questões de segurança e de saúde ligadas ao uso do equipamento. Se o
profissional olhar somente para o console de sistema, pode levar em
consideração todas essas variáveis".
2. Mantenha regras que controlem as
emissões de carbono
A TI passa a ter, também, a responsabilidade de cortar as emissões de
carbono da empresa, mesmo aquelas que precisam manter uma rede de logística
vasta. Assim, alguém da área de tecnologia deve entender de carbono e saber
mensurá-lo nos produtos e processos por toda a companhia, diz Adrian
Bowles, da Datamonitor.
Assim, a área de TI terá de colaborar com outras unidades de negócios
para calcular, capturar e reportar todas as atividades de compra e saídas
feitas por diversos departamentos. Ou seja, dentro do próprio departamento
de tecnologia, por exemplo, pode-se avaliar quanto o desenvolvimento de
uma aplicação vai emitir de carbono com a energia gasta com hardware em
testes.
Todas as unidades possuem suas próprias questões do gênero.
“Assim, o profissional de TI precisará entender a economia e as
implicações do gerenciamento de carbono: o que é monitorado hoje, o que deveria
ser monitorado e quais serão as demandas do futuro que também precisarão ser
observadas", explica Bowles. "Não dá para gerenciar o que não se
consegue medir".
3. Procure se adequar às regulamentações
ligadas ao meio-ambiente
Os líderes de tecnologia estão se deparando com leis e regulações que
impactam tudo o que a TI produz, compra, descarta e emite de carbono. No
Brasil, as iniciativas existem, mas ainda são incipientes. A regulamentação que
existe no mundo é um excelente parâmetro, sobretudo pelo seu
rigor, embora sejam realistas quando à possibilidade de se adotar
uma postura mais verde e sustentável, sem impacto nos negócios.
4. Adote políticas de gerenciamento de energia
Os profissionais da área de TI devem desenvolver um melhor entendimento
sobre a necessidade de energia de toda a organização e como as pessoas se
relacionam com os dispositivos elétricos, diz o diretor de marketing e
ecotecnologia da Intel, John Skinner.
O executivo reconhece que a maior parte das companhias já possui pessoal
específico para cuidar da conta de energia, mas acredita que os
profissionais de TI é que deverão se envolver com a área e em tecnologias
que começam a despontar, como a virtualização.
Além de desenvolver sistemas de monitoramento, criar data centers
eficientes, pensar na tendência das redes inteligentes de energia elétrica e em
seus requisitos, os profissionais também devem lidar com uma situação em que a
alimentação não é suficiente para atender às necessidades da empresa em
determinados locais. “A menor disponibilidade de energia também é algo que
exigirá grandes esforços dos profissionais", afirma o analista sênior da
Datamonitor, Vuk Trifkovic.
5. Reconstrua as habilidades já existentes
· Análises de negócios: as empresas terão de incluir em suas soluções de
análises de negócios módulos que direcionem projetos verdes. Para fazer isso,
elas terão de determinar o que deve ser analisado e como apresentar os
resultados e informações.
· Gerenciamento de mudanças: mudar significa deixar o que já
está definido para ações como, desligar monitores ao deixar o posto de
trabalho, abandonar o scanner que fica sob a mesa, entre outras questões. É
necessário entender como influenciar as pessoas para comprar a ideia da
sustentabilidade.
· Telecomunicações: os departamentos de TI imploram por especialistas na
área, segundo Bammons. As iniciativas verdes também devem incluir redução de
viagens, o que se traduz na necessidade de soluções avançadas de comunicações.
A implantação de infraestrutura para possibilitar o trabalho remoto também
conta muitos pontos.
· Gerenciamento de ativos: as empresas começaram a analisar produtos com
critérios verdes. Com isso, os líderes de TI precisam considerar novos fatores
ao calcular o custo total de propriedade de seus ativos. Eles terão de
considerar a quantidade de gases tóxicos que o ativo produz, além da
eletricidade que consomem e o custo para realizar um descarte ecologicamente
correto no final do ciclo de vida.
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